sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Como construir a Democracia na Escola

Democracia pressupõe a participação de todos os sujeitos nos processos decisórios, assim ao mesmo tempo que se delega responsabilidades, impede-se a concentração de poder, que muitas vezes é a base para atitudes burocráticas e opressivas.
A construção de uma sociedade democrática perpassa pela construção de escolas democráticas, responsáveis na formação de homens e mulheres democráticos.
Falar em democracia na escola, não é tarefa tão simples assim. Não podemos esquecer, por exemplo, que a sociedade brasileira tem uma democracia inda frágil, devido aos longos e tristes anos de regime militar.

Qual a função social da Escola na contemporaneidade?

A educação é um instrumento imprescindível para o desenvolvimento de sujeitos articulados com o projeto de sociedade que está em voga historicamente. A educação é parte inerente da constituição humana, logo podemos compreender que o homem necessita da educação para humanizar-se.
Esse processo de humanização é processual e histórico e varia de tempo em tempo e de cultura e cultura. Para explicitarmos isso podemos pegar como paradoxo a sociedade grega e as suas duas principais cidades-estado: Atenas e Esparta. Enquanto em Atenas a Paidéia é voltada para a formação de sujeitos políticos, intelectuais e administradores da pólis, que logicamente exigia uma educação voltada para a retórica, para a linguagem e para a filosofia; em Esparta temos um ideal de sociedade guerreira, onde a educação é estatal e todos (incluindo mulheres) são “moldados” para atender os interesses da pólis, com a exigência de exercícios físicos e “obediência cega” ao Estado.

Por uma Educação que negue as injustiças

Ser professor em uma sociedade inchada de informações, radicalmente tecnológica e digitalizada é um oficio árduo que exige compromisso e competência do educador para enfrentar e vencer as complexidades e contradições que se apresentam no cotidiano escolar.
A cada dia se exige mais do professor. Principalmente, resultado, e no caso do ensino médio, por exemplo, esse resultado é a quantidade de alunos aprovados em certos cursos, que são mais concorridos que outros. E isso é natural, em uma sociedade mercadológica, voltada para a individualidade e para a meritocracia, onde “ser e ter” não se diferenciam em essência. Porém, é imprescindível, impregnar de eticidade e de valores o processo de ensino-aprendizagem para não corrermos o risco de “formar” apenas mão de obra qualificada para o mercado e não possibilitar a constituição de cidadãos críticos, conscientes e compromissados para a construção de uma sociedade melhor. Como explicitou Paulo Freire: ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.